Na escola do Davi é sempre assim: na hora da apresentação da
turma dos filhos, os pais daquela turma têm prioridade para sentar na frente...
para poder fotografar, filmar e assistir mais de perto... Na boa, quando a
gente corre lá para frente pra assistir a apresentação dos pequenos é algo
incrível... é tanta máquina, celular e afins direcionado aos nossos pimpolhos,
que eu fico me perguntando: Será que alguém da família consegue ver a
apresentação “ao vivo”, com todo o contexto, decoração que as professoras se
esforçam tanto para fazer, e tudo o mais, ou será, que como eu, as mãezinhas
presentes assistem apenas o quadradinho direcionado e focado em seu próprio
filho?!
O meu mini-mim está na escola desde o maternal 1, hoje ele
está no jardim 2, portanto tive quase 4 anos para perceber o quanto eu ando
perdendo por assistir só o meu quadradinho.... ah, claro, quando chegamos em
casa (assim que acaba a apresentação, na verdade – enquanto as outras turmas
fazem suas apresentações) a gente já começa a compartilhar os vídeos e as
fotos... primeiro no grupo das mães da turma, em busca de outras mamães que
também compartilhem novos vídeos com outros ângulos de nossos pequenos (que
perdemos porque estávamos focadas em fazer a melhor filmagem), depois nos
grupos da família, facebook, instagram etc... Acaba que a apresentação passa, e
depois? Quais as lembranças que ficam? A de uma tela de celular trêmula em
nossa frente – sim, nós ficamos tremendo com a emoção de ver os mini-mins lá em
cima do palco.... e nada além disso... agora me pergunta: e o ao vivo? E a
oportunidade de olhar e viver aquele momento? Ahh... vamos reviver ao ver os vídeos
depois, certo? ERRADO.... nada traz de volta o momento que passou.
Num momento em que estar conectado é o que vale, momento em
que somos bombardeados por notícias 24 horas por dia, que queremos compartilhar
tudo com os amigos que não estão presentes, as vezes esquecemos de compartilhar
O MOMENTO com quem está ao nosso lado... com quem no momento é quem realmente
importa... será que meu filho vai achar tão importante, quando ele tiver 20
anos, o fato de eu ter registrado todos os momentos, desde a gravidez até hoje (ele ganhou a primeira janelinha semana
passada).... ou será que pra ele vai ser mais importante eu me lembrar de tudo
e poder contar os detalhes pra ele, não da forma como registrei, mas da forma
como senti e vivi?!
As vezes é importante “pegar leve”, desacelerar, parar um
pouco e pensar se estamos usando a conectividade a nosso favor, ou se estamos
vivendo apenas para e por estar conectados. Okay, estar conectado é incrível,
mas, viver o presente ao lado de quem nós amamos é quase uma daquelas
propagandas de cartão de crédito que diz “não tem preço”.